domingo, 15 de março de 2009




VI - A ponte

A Dom Pedro II é inglesa, mas já pode requerer nacionalidade brasileira. Já é como nós, um patchwork adaptado pelo tempo e pelas circunstâncias.
Reclama em notas graves quando é atravessada e recebe remendos pelas beiradas embora, todos saibam, mereça uma intervenção arguta e apaixonada.



VII - São Félix

"Depois da Ponte" - como disseram os que eu encontrei na feira e na loja de artigos finos e religiosos.




V - O Paraguaçu ou Paraguassú


Descarnado, embora guarde estreitíssima relação com os cachoeiranos. Relação que vem d'antes de antes do antes de antes de antes.
Um homem transportando engradados de uma margem a outra, um grupo numa moderna lancha, um restaurante decadente que se aconchega mais pra dentro das suas águas escuras.




VI - Primeiro Olhar



Na altura das minhas narinas o que vejo? Cheiro de Cidade nova, ruas estreitas num pequeno cenário prum filme colonial. Em dois ou três passos, está tudo resolvido: O conjunto do Carmo, a Igreja Matriz, o Cais do Paraguaçu, a Ponte Dom Pedro II. Mas isso não quer dizer coisa ruim não. Quer dizer que a cidade não se esconde, se você quiser ir adiante.
A primeira caminhada é só para ver como poderíamos ter sido, como somos em outro ambiente.
Depois, para ver o outro. Para ver o novo e é pra ser rapidinho, porque depois, fica tudo velho e comum.





III - Cidade


Cachoeira não se descobre logo no primeiro Olhar. A confusão elétrica na feira livre na entrada da cidade, o casario antigo da Santa Casa, um cinza corroendo o que outrora fora vermelho amarelo ou roxo.
Não sei se existe mal maior para uma cidade que encontrar o apogeu, em seguida uma espécie branda de esquecimento.



Caderno Mínimo (Visita a Cachoeira e São Félix)



I - Moldura Real

Melhor seria uma composição que ligasse Salvador a Cachoeira. Numa linha da baía para o recôncavo. Por estrada de ferro. Navegar pelas estradas do interior é navegar por dentro do Brasil, por mais encurtado que seja o caminho. São curvas que revelam casebres na fímbria da rodovia - pequenas habitações coloridas e preciosas pela autenticidade.
O verde na moldura cinza da chuva e o balançar do caminho irregular são elementos de uma legítima paisagem Naify.

II - Cavidade
Tudo quanto é verde vai aos poucos se inclinando, se amontoando no canto de cá e no canto de lá por onde vamos passando. Para justificar a palavra recôncavo.
É para isso que existe essa modesta montanha em que elevam-se mais e mais gotas coloridas, são casas-flores que brotam no lado de dentro da Bahia.



* Dengo



A 'máquina de escrever' reclama da máquina moderna através da qual eu posto os meus escritos.




* Bocas
Porque na parede, em meio a tantas bocas o Caminho foi companheiro do Medo?


VIII - a Jóia


O Dannemann é uma jóia no meio disso tudo. Era a nona Bienal do Recôncavo e o prédio estava pleno de idéias deliciosas. Arte, não-arte e objetos que acertavam em cheio o coração de qualquer um.
Obras que ultrapassavam o bidimensional e saltavam aos olhos, e às paredes quadros cheios de sentimento e vibração. Ou nada, coisa alguma que servia apenas para pousar o olhar enquanto viria outra e mais outra coisa plena.

* Peixes Voadores
Um vício fatal para os peixes seria voar. No Dannemann eles podem sem medo. Vistosos como se fossem cavalos.



Bem de Perto ou Mais de Perto

O Formato do blog http://gelobaiano.zip.net/ não se esgotou. No entanto, a postagem de imagens não é lá muito simples pra mim - a grande intelectual digital de compreensão avançada para assuntos eletrônicos. Foi então que resolvi acatar a indicação da minha amiga Ingrid Maria de entrar neste blogspot também.

É a minha resolução de jogar mais pra escanteio a minha verve 'quase' de quase sempre: quase publicar um livro, quase alcançar uma meta, quase ir ao cinema... quase. Vou aproveitar pra postar coisas que acredito terem ficado comprometidas pela ausência de fotos por mim feitas para ilustrar os quase-poemas.

Vai tudo ficar mais de perto, o que não é sinônimo de mais claro. Apenas de proximidade.

Pensei em deixar o outro gelinho, deixar tudo por terra, mas cheguei à conclusão de que não posso ficar sem ecrever. Não quer dizer que eu escreva bem, quer dizer que não dá pra ficar sem. Vou continuar, agora com mais recursos - vou simplesmete levar em frente. Trocar os sapatos e continuar o caminho.