quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Votos Grátis II















Chegando a hora de trocar de calendário.Por isso posto aqui as minhas ‘colagens de fim de ano’. Ou votos, simplesmente. ‘Desejos de bem querer’ que compõem um exercício que faço para aprender a lidar com o mistério do futuro.
E assim como misturo imagens precariamente, misturo palavras. E a minha 'frase colagem' para este ano é:

“Que voe o seu pássaro secreto”

Como um pássaro negro fabuloso, como um bem-te-vi rápido e diamante, como um pedaço de fita colorida.

sábado, 24 de outubro de 2009

Alô gelinho!

A vocês que dão sempre uma espiadela no Gelinho, posto aqui as fotos que fiz na minha Primeira Exposição. Foi sábado último (17/10/09) no open house do Núcleo VAGAPARA. Gente diferente viu o meu trabalho, gente diferente fez das minhas colagens cenário para uma JAM. Tudo de bom!





segunda-feira, 7 de setembro de 2009










“Quem acha que ler é se fechar ao mundo exterior está perdendo a brincadeira.”

Daniel Piza

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Setembrinho






Para lembrar de virar a folhinha, é primeiro de setembro.
Faltam apenas 3 meses para que se recomece a contagem dos 365 ou talvez 366 dias em que nosso azulzinho entorna o sol. Muita água pra rolar eu sei. Mas como nos pegamos sempre a comentar: “o ano passou que nem vi ”proponho essa pequena pausa, só para vermos que tudo está caminhando.
Estamos brandamente sobrevivendo e agradecendo as surpresas boas que o tempo vem trazendo, sim, porque as ruins é melhor esquecer. A crise, a tal crise – toc,toc,toc –está saindo de fininho, embora alguns indiquem uma retomada para ainda este nosso setembro. De novo, coisas ruins? Melhor esquecer. E por mais que eu saiba sim, agora o inverninho vai indo pro norte e nossa primavera pedindo passagem, não é racionalmente a mudança climática que me traz mais latente a passagem do tempo, mas assistir da minha ‘cadeira de olhar’ a vinda e partida de viajantes.
A minha explicação torta pra isso - torta, mas não exaustiva - é que assistindo a repetições de começo e fim eu me dou conta de que alguma coisa acaba porque seu tempo terminou. E que seu tempo terminou porque o seu tempo passou. É irresistível remeter essa afirmativa à estória da cobra que morde o rabo, mas é assim que se dá comigo. A partir de constatações óbvias, consigo abandonar um pensamento mesmo que pareça superficial, quotidiano e simplório.
Christophe, mais um dos viajantes que encontrei por aí, falou coisa que abrandou meus temores de – agora eu sei – constatar os andares do tempo, numa analogia própria de um professor de pequenos. "É como se a gente estivesse em um teatro, a peça é encenada e quando as cortinas fecham, a gente sabe que a peça acabou.Simples assim. É hora de partir". O mesmo palco dará lugar a nova emoções, essa é acréscimo desta aqui que vos fala. A constatação foi feita num banco de praça de frente para o azul do nosso mar.
De volta, na caminhada, vislumbrei uma delicada modificação na minha (nossa) landscape provinciana. As pedras da praia tinham algo como ‘raízes brancas’ – se assim se pode falar. Talvez nunca tenha visto tal brancura nas pedras da praia da barra porque elas sempre estiveram cobertas pela água, nunca as tinha visto tão à mostra. O céu estava tão azul, o branco se destacava porque era pra ser marrom ali, e não extremamente branco como me parecia...
Era a nova cena que se mostrava, as cortinas se abriam novamente. Quando eu terminar a caminhada, já vai ter passado o tempo – pequenino grão-de-areia – enquanto espero avistar gaivotas. Mas eu sei que elas não chegam.



* Colagem da minha cadeira de olhar o mundo

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Jasmim-manga (Plumeria rubra)







Inverninho baiano. Tempo de plumeria rubra ou simplesmente jasmim-manga. Depois que caíram as folhas, são elas trazendo florzinhas brancas, alaranjadas, vermelhinhas ou num tom quase-vinho. Não, eu não sei nada sobre floradas e coisas do gênero. Estava folheando uma revista e pensei: só pode ser essa a flor e aquele, sim – aquele cheirinho bom – quando passo de noite numa rua pertinho de casa.
A noite é minha como numa madrugada descortinada por um conto de Francis Scott Fitzgerald. Faço meu caminho de volta. Atravesso a rua negra, e vejo uma flor perfumada que chama outras flores perfumadas como um caminho secreto de odores. Aos montes, derramadas pelas calçadas. Brancas e abertas como estrelas, quase amarelas como pequenas notas de calor. Eu digo secreto porque passam os carros, os transeuntes, os cachorros sem dono ... Ei, daquele gradil mimetizado brotam jasmins-manga, sabiam? Pelo menos até findar a primavera e chegar o nosso superlativo verão.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Abraço "com as mãos"










Acabo de resolver meu problema de abraços. Eu não sabia que era um problema até conhecer Le Petit Nicholas, e compreender assim que existem outras formas de afeto discreto e sincero. Como aulas de conversação em francês para ajudar uma pobre moça chata a praticar o idioma :-P; fazer um desenho feio num caderno bonito; tirar uma foto de duas novas e já boas amigas no museu – com uma gota de baía azul ao fundo. Ah, claro: e o grande e universal aperto de mão.
40 anos que o homem pisou na superfície lunar e nada mais tecnologicamente avançado foi inventado. Com o aberto de mão, e o pequeno silêncio que ele encerra, desejos de que tudo corra bem do lado daqui e de lá. Ciência de que o tempo passou e as coisas têm fim para, quem sabe recomeçar em outro lugar. Ou simplesmente têm fim e é assim que é a vida, ora. Vai dizer que você aí não sabia?
Me debruço por esses dois ou três minutinhos aqui para dizer que passei por mais um teste de adeus, ou até breve, para deixar o coração bem mais forte. É como uma pequena maratona emocional que passo com louvor tentando alguma sofisticação. Este último com mais um aprendizado sobre choque cultural e coisa e tal.
Foi na esquina da rua deserta que vai dar no mar que dei um grato abraço longo e bem apertado - só que com as mãos - desejando boa viagem ao Le Petit Nicholas. “Prends soin de toi et bonne chance”, falou.
É o que no fundo fazemos em diferentes medidas durante toda a vida. Nos pequenos recortes do cotidiano. Para quem vai tomando seu rumo de avião, táxi, trem, ônibus, bicicleta ... a pé. Pra quem simplesmente dobra a esquina como eu fiz, como ele fez. E estamos conversados.

D.






* Em tradução livre leve e solta: “cuide-se e boa sorte”.

sábado, 18 de julho de 2009

Des liens






Foto feita por Patrick Mahoney

http://vivredelaterre.canalblog.com/ le blog de Pauline http://patmahoney.blogspot.com/ le blog de Patrick. Pardonnez moi pour ecrire en français...et encore un pauvre français!:-P

Aqui os blogs dos queridos Patrick e Pauline!

segunda-feira, 13 de julho de 2009



Colagem "Só que não é isso". Depois de Leozinho ter me lembrado que "ceci n'est pas une pipe".

sexta-feira, 10 de julho de 2009



Colagem feita sobre a frase "Ninguém sabe o que sou quando rumino" de Machado de Assis.

quarta-feira, 8 de julho de 2009





Transportado para os dias atuais o Gato de Cherish não seria... A vaca louca?
4 de julho de 1862

Foi a data que ficou ‘inscrita’ como o dia em que Lewis Carroll- autor de Alice no País das Maravilhas - fez o passeio de barco descrito logo no comecinho do livro:

“Juntos naquela tarde dourada
Deslizávamos em doce vagar,
Pois em braços pequenos, ineptos,
Que iam os remos a manobrar,
Enquanto mãozinhas fingiam apenas
O percurso do barco determinar.”


Carroll então passeava com as irmãs Liddell e o reverendo Robinson Duckworth nas águas do rio Tâmisa. Apesar do relato metereológico daquele 4 de julho informar chuvas e não o dia ameno que se cristalizou. Mesmo assim...você não está ouvindo os pássaros gorjeando?
O passeio, por conta de 5 km ficou registrado na história da literatura (segundo registrou W.H.Auden). E sete meses mais tarde segundo anotações do próprio Lewis Carroll foi “Ocasião em que contei a elas o conto de fadas das aventuras subterrâneas de Alice”. Vejamos, então se não foi o próprio senhor Charles Dodgson – esse é o nome real do autor de Alice – o responsável pela deliciosa e inaugural fantasia voluntária que é o ponta pé inicial do livro.
As estórias de Alice – no País das maravilhas e Através do espelho – conforme conta a edição de Martin Gardner em seu The Annotated Alice: Definitive Edition é uma colcha de detalhes curiosos que vão de cantigas megapopulares à época da feitura do livro a menções a marcas de queijo (the Cheshire-Cat) e jogos matemáticos criados pelo próprio Carroll .
A edição sobre a qual me refestelo no momento é tradução da Zahar Editor – de 2001 – comprei e não sei por que deixei pelo meio. Alguns anos depois, resolvi retomá-lo. A prudência me levou a começar do começo.
A narrativa do Dogson me interessa pela simplicidade genial que se mostra no que, ao meu ver, poderia ser classificado como um conto dadaísta por excelência.
Pareceu-me que o livro surgiu como um patchwork atiçado pela incansável curiosidade infantil. Que ao mesmo tempo em que quer ver repetida a estória à enésima potência quer que a ela sejam adicionados fatos inéditos.
E isso se confirma no relato do próprio autor: “... e muitos contos de fadas haviam sido improvisados em benefício delas, quer em momento em que o narrador estava inspirado e fantasias involuntárias saltavam aos bandos ... no entanto nenhuma dessas muitas histórias foi escrita: viviam e morriam como maruins de verão”.
E mais: “numa tentativa desesperada de chegar a um conto de fadas de feição diferente, eu, pra começar, tinha despachado a minha heroína diretamente por uma toca de coelho, sem a mínima ideia do que deveria acontecer depois.”

Capítulos

Eu gosto, e simplesmente gosto do título de alguns capítulos. São intrigantes e nonsense. Claro, não para a mente de uma criança.
“Porco e Pimenta”
É neste em que aparece pela primeira vez o Gato de Cheshire e o seu sorriso enigmático (logo de um queijo celebrado na época), a duquesa – inspirada em Margaret da Caríntia e do Tirol – e o bebê que se revela um porco. Dizem que para o Carroll os menininhos eram como porcos!
Ah, sim no capítulo “Uma corrida em Comitê e uma História Comprida” aparece o querido Dodô – que me deu uma longa e saborosa conversa no msn com meu queridíssimo Franklin.
Vou lembrar também o “A História da Tartaruga Falsa.” Com aquela tartaruga chorooosa que só. A sopa da tartaruga falsa é na realidade, a imitação de uma sopa de tartaruga verde, geralmente feita com Vitela e por isso o ilustrador John Tenniel desenhou uma tartaruga com cabeça, patas traseiras e rabo de bezerro. O “Conselho de uma Lagarta”. Neste último a lagarta que fumava um narguilé em cima de um cogumelo...Adultos e crianças aqui fazem uso do seu próprio entendimento das coisas, não é?
“Quem é você? Perguntou a lagarta
Alice respondeu , meio encabulada: “Eu mal sei, Sir (...) pelo menos sei quem eu era quando me levantei esta manhã, mas acho que já passei por várias mudanças desde então.”

Seria a lagarta um autêntico riponga, baba-cool ou coisa do gênero? Ou simplesmente um parente distante do mestre dos magos?

domingo, 5 de julho de 2009




Esta minha colagem eu chamo 'a roupa nova do rei'.

Da sessão: 'Notas de Pano'

Escrevi uma vez, em um papel que encontrei amassado em um dos meus bolsos,
que amor era quando um elefantinho entra numa loja de cristais de patinetes.
Nada original mas um tanto pertinente!

Sobre Encontros ao Acaso ou Patinetes

Um pouquinho de filme no fim de semana,e resolvi falar sobre Encontros ao Acaso ou "Come early morning". Porque é um filme sobre a expressão desajeitada do amor.

A personagem de Ashley Judd prefere ter relações com finalidade definida e motivação acertada - objetivamente sexuais e declaradamente transitórias. Fazendo questão de retirar o acaso e outras flores do caminho.

Ela faz outras escolhas mais acolhedoras como cuidar dos avós e tentar a reaproximação paterna. Isso é amor também,e sem patinetes, todo o mundo sabe!
Ela simplesmente separa amor e o sexo. Ou ela escolhe não colher espinhos?

É menos dolorido ser o senhor das escolhas. Acontece que às vezes vem um vento que derruba tudo.

Asheley Judd está muito bem no seu desajeitamento amoroso. No seu pouco embaraço no enfrentamento com o inesperado.
A maneira como o filme não apresenta solução alguma também é mais que interessante e tira qualquer angústia desesperançada - eu não disse desesperada - de um furor promissor no amor - amoroso , familiar ou qualquer coisa que o valha. Mas aposta nas suas escolhas. Que são sempre pra lá de difíceis e sem fim. Sem pouso.

O final feliz é o exercício diário de estar bem consigo mesmo e, bem a ação de guardar as armas dentro daquela gaveta esquecida.
E as minhas escolhas? É, às vezes se esquece que se pode.





Barco
(sobre obra de AYRSON HERÁCLITO no MAM)


O barco no assoalho de madeira:
Embarcação órfã de mar.
Poema deitado à espera do céu.
Cavalo sem asas.

D.

quinta-feira, 25 de junho de 2009



Da sessão: 'Agora foi que deu'

Eu entrei pra postar um texto que tinha escrito mas na primeira página do servidor, uma notícia foi maior que tudo: Michael Jackson morreu.
Eu quase nem acredito! Fico imaginando em quantas versões linguítiscas essa frase foi pronunciada hoje no mundo.
O rei do POP. O genial e inovador. O cara que escreveu pra sempre seu nome - e desde criança - num lugar valioso que inclui a memória de tanta gente e tanta coisa que agora, com o calor da notícia nem dá pra avaliar.
Ainda se tem muito a dizer sobre Michael Jackson.

Ele hoje ofuscou as notícias da eleição fajuta no Irã,da cassação pelo TSE do governador do Tocantins, da vitória do nosso querido Brasil contra a África do Sul 1 x 0 - morninho,não falei?

Mas hoje...é Michael Jackson. O artista preferido do meu pequeno irmão Victor de 8 anos de idade.

quarta-feira, 24 de junho de 2009


“Dunga jogou melhor, mas como treinador ele tem currículo, eu, testamento” Joel Santana, em declaração sobre embate Brasil X África do Sul.
Depois da eliminação da Espanha pelos EUA, melhor esperar o apito final do jogo.






Fonte: jornal A Tarde on line

(Detalhe de 'Cidade')

O texto abaixo fora extraído de "Millôr" - página 26/Revista Veja de 24 de Junho de 2009.

"SEIS

A maior parte das pessoas nunca soube do que é que se está falando"


Cidade

O tocador de flautas louco, na cidade suja.

D.

terça-feira, 16 de junho de 2009



Céu de Casa

Ter saudades também é seguro. Um instinto pra guardar o que é bom.


D.

segunda-feira, 15 de junho de 2009



Hadinha, minha amiga querida, mora em Jacksonville (Flórida)/EUA e está encantada por Michell Robinson Obama, a Dona Michele. Eu acho que também estou sendo contagiada.É a minha favorita no álbum de primeiras damas e está bombando em serenidade e simpatia verdadeira - oups, não devo usar a palavra bombando num texto sobre a Primeira Dama.
E eu escrevo isso aqui pra falar um pouco dos EUA que eu gosto.Os EUA de Edward Hopper, de Billie Holiday , de F. Scott Fitzgerald e de P.S. I Love You.
Tudo o que citei acima pertence à mesma atmosfera - que pode ser apenas e somente minha. Mas essa é a "América" que me tem com olhar de ternura e atenção(que me toma). Complacente e solidário. Seduzido e desordenado.
Imagino um personagem do Fitzgerald pegando o trem Dusty como na música 'P.S.'em interpretação única de Billie Holiday. Imagino na janela do mesmo trem a paisagem totalmente E. Hopper.
Espaços vazios, silêncios, pausas.A sua mulher Josephine - modelo para todas as horas - pousando no meio da estrada...
Meus olhos ficam assim cheios de 'lembrança invertida'.Porque não é realmente o que aconteceu, mas o que a lembrança deixa submergir ou escapar.Bem perto do que alguém já chamou "Memórias Inventadas".
Posto aqui uma fotografia da Billie Holiday,pra deixar o rastro dessa atmosfera. Só pra começar porque o assunto não se esgota, mas a pincelada já é alguma coisa!