segunda-feira, 20 de julho de 2009
Abraço "com as mãos"
Acabo de resolver meu problema de abraços. Eu não sabia que era um problema até conhecer Le Petit Nicholas, e compreender assim que existem outras formas de afeto discreto e sincero. Como aulas de conversação em francês para ajudar uma pobre moça chata a praticar o idioma :-P; fazer um desenho feio num caderno bonito; tirar uma foto de duas novas e já boas amigas no museu – com uma gota de baía azul ao fundo. Ah, claro: e o grande e universal aperto de mão.
40 anos que o homem pisou na superfície lunar e nada mais tecnologicamente avançado foi inventado. Com o aberto de mão, e o pequeno silêncio que ele encerra, desejos de que tudo corra bem do lado daqui e de lá. Ciência de que o tempo passou e as coisas têm fim para, quem sabe recomeçar em outro lugar. Ou simplesmente têm fim e é assim que é a vida, ora. Vai dizer que você aí não sabia?
Me debruço por esses dois ou três minutinhos aqui para dizer que passei por mais um teste de adeus, ou até breve, para deixar o coração bem mais forte. É como uma pequena maratona emocional que passo com louvor tentando alguma sofisticação. Este último com mais um aprendizado sobre choque cultural e coisa e tal.
Foi na esquina da rua deserta que vai dar no mar que dei um grato abraço longo e bem apertado - só que com as mãos - desejando boa viagem ao Le Petit Nicholas. “Prends soin de toi et bonne chance”, falou.
É o que no fundo fazemos em diferentes medidas durante toda a vida. Nos pequenos recortes do cotidiano. Para quem vai tomando seu rumo de avião, táxi, trem, ônibus, bicicleta ... a pé. Pra quem simplesmente dobra a esquina como eu fiz, como ele fez. E estamos conversados.
D.
* Em tradução livre leve e solta: “cuide-se e boa sorte”.
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